sábado, 14 de maio de 2011

P.C.


Há sempre qualquer coisa em mim que quer transformar-se em palavras.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Regresso.

O meu dia é o teu regresso. Meu amor.
O ar parado da espera. A entreter a metade de mim.
E eis que chegas para interromper o meu sonambulismo.
Para condensar as particulas de poesia suspensas no ar,
poeira visível de encontro á luz.
Um abraço denso e voltamos a ser inteiros.

Passou uma noite inteira e ainda não é manhã.


Passou a noite inteira
e ainda não é manhã.
Ainda escorrem palavras
do suor das cabeças perdidas.
Ainda é escuro
o suficiente
para prometer um dia longe.
Aqui
presente, destilado no Norte,
tenta-se agarrar um rasgo de luz que fique.
Uma recordação qualquer
para que não passe a noite inteira
directamente para a metade escura da memória.
Ainda não é manhã.
Mas urge fugir á alvura cruel do dia perdido.

AL BERTO

sexta-feira, 11 de março de 2011

S.

Chega-se só
ao silêncio.
Universo portátil.
Espaço tenue de nós próprios.
a fazer as grandes viagens.
Quieto.
A envelhecer num tempo lento
Presente interrompido pela memória.
Silêncio
a vida por dentro.

Se tiveres de escolher um reino.

Se tiveres de escolher um reino,
escolhe o meu peito.
Geografia sem pontos cardinais,
imune ao tecto estelar
ilegível por astrolábio.
Continente devastado,
ilha de nós próprios.
Socalco de pele,
cordilheira de respiração.
Coração pulsante
terramoto de nós mesmos.
Território por explorar,
já ocupado pelo sonho.
O meu peito.
Vastidão do amor á solta
que conquistaste,
tornaste teu
com um sussurro.

sábado, 5 de março de 2011

Estes ultimos dias que acabaram de passar.



Aqui estes ultimos dias que acabaram de passar.
A vida prestes a ser memória recente.
Capturar luz, sem aviso.
Diário de minutos, segundos.
E o tempo ali,
decepado pelo olho mecânico.
Não é passado, é um momento só.



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ausência.


Da ausência nasce o pensamento.

Belo, belo. Tudo,


Poesia geracional.

Para o J.



( Num carro para Campolide. Dia sexual. )

Uma mulher de carne azul,
semeadora de luas e de transes,
atravessou o vidro
e veio, voadora,
sentar-se no meu colo
na nudez reclinada
dum desdém de espelhos.

( Mas que bom! Ninguém suspeita
que levo uma mulher nua nos joelhos. )

José Gomes Ferreira in " Poesia III "

Passing Time

(...) aquele caminho pareceu-lhe longo, como se atravessasse uma idade. (...) Caminhava com ervas pelos joelhos, as estrelas eram o Universo inteiro a acompanhá-lo. "
J.L.Peixoto in " Livro "

sábado, 29 de janeiro de 2011

Silêncio.

O silêncio não era denso mas transparente. Quase não ocupava espaço. Inclusivamente uma pessoa podia habituar-se a este silêncio e ser feliz.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A vista da minha janela

De repente estou só no mundo
e o que vejo da janela é o mundo ausente.
Uma paisagem para a minha condição. Só.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A POESIA É O ÚNICO MILAGRE QUE CONHEÇO.

" o amor é uma noite a que se chega só "
José Tolentino Mendonça

Visual POETRY. a vida toda na pequenez dos dias.

Everyone Forever Now - "Stoop Sitting" from Everynone on Vimeo.

POETRY IN (SLOW) MOTION.

VISUAL POETRY. a vida toda na pequenez dos dias.

De olhos fechados como a um gato.

" Tenho neste momento tantos pensamentos fundamentais, tantas coisas verdadeiramente metafísicas que dizer, que me canso de repente, e decido não escrever mais, não pensar mais, mas deixar que a febre de dizer me dê sono, e eu faça festas com os olhos fechados como a um gato, a tudo o quanto poderia ter dito "
Bernardo Soares no Livro do Desassossego

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

Meu amor.
E a poesia viva. Entre nós.
Sem palavras, sem procura.
Só assim.
O nosso cosmos.
O infinito inteiro
entre a nossa pele.