sexta-feira, 8 de abril de 2011

Passou uma noite inteira e ainda não é manhã.


Passou a noite inteira
e ainda não é manhã.
Ainda escorrem palavras
do suor das cabeças perdidas.
Ainda é escuro
o suficiente
para prometer um dia longe.
Aqui
presente, destilado no Norte,
tenta-se agarrar um rasgo de luz que fique.
Uma recordação qualquer
para que não passe a noite inteira
directamente para a metade escura da memória.
Ainda não é manhã.
Mas urge fugir á alvura cruel do dia perdido.

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